...Senta que lá vem post
Algumas pessoas acompanharam o sufoco que passamos com a Gabriela.
Foram mais de 10 dias sem comer, vomitando, se mantendo com suco e água.
Vi minha pequena emagrecer e emagrecer. Foram idas a hospital, a pediatra... e nada se resolvia.
No final, quando eu olhava aquela menininha triste, sem vontade de brincar, magrinha de dar dó, eu chorava. Chorava muito pensando que algo ruim pudesse acontecer.
Eu ligava pras pessoas, eu buscava ajuda e sozinha em casa com o Miguel o meu desespero só aumentava.
Eu tinha que tomar conta da Gabi totalmente doentinha, do Miguel que estava se recuperando, dos pedreiros porque a obra
é sempre mais importante lá em casa que qualquer outra coisa e não podia parar. Do Bruno que chegava em casa sempre cansado demais pra fazer alguma coisa... E eu chorava. Parecia que eu tinha ficado sem rumo, sem chão.
Eu não conseguia mais falar ao telefone sem chorar. Com ninguém...
Minhas irmãs acho que perceberam o tamanho da minha angustia. Afinal, sou uma pessoa meio despreocupada.
Eu não levo criança ao hospital no primeiro dia de febre. Não fico desesperada por causa de doença... é dificil isso me abalar dessa forma.
Mas já tinha se passado tanto tempo e nada da Gabi melhorar. No hospital a médica disse que era uma infecção intestinal. Disse que ela melhoraria em uma semana... e ela não melhorou.
Miguel teve o mesmo problema e ficou bem depois de uns dias.
E ela só piorava, só vomitava mais, só emagrecia mais e mais a cada dia.
Na quarta-feira minha irmã me ligou dizendo que se eu concordasse marcaria consulta com um medico de Petropolis que ela conhecia ha anos e bla bla bla. Claro que concordei. Eu levei a pequena na pediatra no Rio e a louca ainda riu comentando que seria facílimo fazer jejum pro exame de sangue. Ela não comia... E fim... Fim mesmo! Já temos outra pediatra marcada pro dia 14! Nessa, nunca mais!
Na terça e na quarta eu pedi a todas as pessoas queridas, pedi no orkut, pedi nos foruns, pedi por e-mail, pedi pelo MSN, pedi, pedi, pedi... que as pessoas rezassem, orassem, mandassem pensamentos positivos pra minha pequenininha.
Minha filha tava definhando. E remedio nenhum adiantava. O olhar abatido só piorava. Os olhinhos fundos... ela só dormia, dormia.
Eu não conseguia dormir. Não sentia fome, não tinha vontade de fazer nada também.
Ver a Gabriela ser tomada pela tristeza estava acabando comigo.
E meu pedido foi atendido. Tantas pessoas mandando mensagens de carinho. De apoio, dizendo que estavam torcendo e rezando pra que aquele pesadelo acabasse. Gente que eu nunca vi na vida me escreveu!
E a fé tem um poder gigantesco, né?
Na quinta a Gabi acordou menos indisposta. Deu alguns sorrisinhos meia-boca, andou pela casa... Ainda chorou muito mas a gente via que ela tinha melhorado um pouquinho.
De tarde viemos pra Petrópolis. Aqui, na casa da minha mãe, ninguém reconhecia a Gabriela. Aquela menininha sorridente, super simpática não queria papo com ninguém. Só chorava, se alguem chegasse perto ela gritava.
Na sexta fomos ao médico. Ele passou vários exames, examinou a menina de cabo a rabo e a primeira coisa que ele notou foi o inchaço da barriguinha dela.
Vários médicos viram e nenhum disse nada.
É pra revoltar, náo é? A gente paga uma fortuna pra esses FDPs pra no final, a preguiça falar mais alto. A vontade de ir embora pra casa é maior que a vontade de honrar a profissão.
Segundo ele, o inchaço era resultado de muitos gases. E isso estava causando uma dor horrorosa na pequena.
No primeiro dia com os remédios ja notamos a diferença.
No sábado ela acordou bem. Queria comer tudo o que via pela frente.
Almoçou, repetiu e ainda repetiu mais uma vez.
Segundo o médico quando as dores aliviassem ela comeria muito mesmo.
Nos dias que passaram, cada dia notávamos mais que a nossa Gabriela estava voltando ao seu normal.
O sorriso, as gargalhadas, aquela simpatia de rir pra todos, brincar com todos.
Hoje posso dizer que as bochechas estão voltando ao normal. A perninha/virilha, nas partes que estavam ossudas, já não aparecem mais os ossos.
O bumbum não é mais só pele.
Ela aos pouquinhos está recuperando o pesinho que (antes já era pouco) perdeu.
Eu nem acreditei quando passei meu primeiro dia sem chorar, dormindo menos angustiada, sentindo que aquele apertão no peito, aquele medo horroroso e aquela sensação doída estavam indo embora.
Quero agradecer a todas as pessoas que pediram pela minha pequena.
Todos os amigos, as loucas, as mamães, a familia, os orkuteiros, tuiteiros e a galera que eu nem conheço.
Mas que pediram de coração pela minha menina.
O meu muito obrigada a todos!!!!
Esse sorrisinho é pra vocês
Ainda temos muitos exames pra fazer pra chegar a um diagnóstico preciso.
Mas agora estamos no caminho certo!!!
